JORGE ARTAGAVEYTIA |
Foram três os uruguaios que soçobraram no TITANIC no Domingo 14 de Abril de 1912 e todos eles da elite da sociedade montevideana. Francisco M. Carrau e José Pedro Carrau foram parte da mesma família e nenhum deles resgatados do Oceano sequer falecidos. Só um dos três teve o “privilégio” de voltar para o Cemitério Central da capital uruguaia, o Ramón Fermín Artagaveytia que já tinha lutado com as ondas do Río da Prata na hora que o navio “América” pegou fogo perto do Porto de Montevidéu o dia 24 de Dezembro de 1871. Confirma o vídeo da reportagem do sobrinho-neto do Ramón, Jorge Artagaveytia.
Nem sempre é futebol o eixo da notícia no Uruguai. Em Outubro de 2012 vão se lembrar 40 anos do acidente aéreo dos raguebistas uruguaios que caíram no avião da Força Aérea Uruguaia na Cordilheira dos Andes para ficar eternamente fora ter tido 16 sobreviventes entre nós ainda hoje.
O jornalismo do mundo todo prestes para chutar forte e com extrema precisão neste Sábado 14 de Abril de 2012 tentando divulgar histórias diferentes desse navio impossível de tombar segundo os fabricantes da White Star Line (Isuray Imzie & Co.) da cidade de Liverpool na Inglaterra.
Quase com certeza seja onde você estiver no mundo vai ler que o J. Bruce Ismay foi um dos sobreviventes da tragédia e Diretor da White Star Line além de filho do fundador Thomas Ismay; que o responsável do batida contra o iceberg foi esse tal Bruce Ismay ou até que a grande maioria dos sobreviventes viajaram em 1ª Classe.
JORGE ARTAGAVEYTIA PIÑEIRO SOBRINHO-NETO DO RAMÓN ARTAGAVEYTIA |
Montar uma matéria de verdade precisa muito tempo para ler, tirar conclusões e veiculizar as mais importantes para os leitores. Isso não se faz em um piscar de olhos e pesquisa faz parte do nosso dia-a-dia pois valorizamos todos aqueles que investem alguns minutos da vida na frente do computador atraídos e não traídos pelos nossos artigos.
Desta vez vamos focarmos no Ramón Fermín Artagaveytia Gomez, filho de espanhol (Vasco) e mãe uruguaia que nasceu o dia 07de Julho de 1840.
Para isso o PRAVDA gravou uma reportagem Ao sobrinho-neto dele, o Jorge Artagaveytia Piñeiro nesta quarta-feira 12 de Abril de 2012 no apartamento do bairro Cordón de Montevidéu na faixa das 15h 30 e no decorrer de 45 minutos.
A gente conversou de tudo quanto ele sabe por “herança” da vovozinha, do pai que nasceu em 1879 e foi parente e parceiro nos negócios com o Ramón e um irmão mais velho agora falecido.
É bom salientar que antes de entrar em contato com o Jorge Artagaveytia, tínhamos telefonado uma irmã mais velha, Matilde Artagaveytia que deu as primeiras dicas deste assunto do TITANIC com voz de mulher muito nova e apenas 94 anos...Ela pediu que entrasse em contato com o Jorge (82 anos) que está bem mais envolvido com o assunto TITANIC.
Os casarões montevideanos continuam sendo derrubados à toa por causa dos investimentos das empresas focadas no negócio de imóveis.
Desta vez, quem sabe a razão mas 100 anos depois daquele estrondo que provocou a batida do TITANIC contra o iceber, o palacete da família do Ramón Artagaveytia na capital uruguaia ergue-se orgulhoso na Avenida Uruguai (Centro) entre as ruas Convención e Andes, localizado no número 871 (só existe a placa do lado 873) e rente à maravilhosa e antiga Embaixada da França.
RAMÓN ARTAGAVEYTIA |
Dando uma de repaginada na história, é bom remarcar que nessa época o número daquela grande porta, quase portão do atual Nº. 871,,tinha sido o número 102 da Rua Uruguai (ainda não era conhecida como avenida). A rua Uruguai ia evoluindo desde a rua Ciudadela no número 1 e 2 segundo fosse a beira Norte ou Sul até alcançar a rua Andes no número 94 dessa beira do casarão Artagaveytia encerrando o quarteirão sempre desse lado no 132, ou seja, bem mais próximo da rua Andes do que a Convención.
O corpo do Ramón Artagaveytia foi recuperado do Oceano Atlântico e ficou ainda em Nova Scotia (Halifax) por mais 63 dias até voltar em Montevidéu para o velório que aconteceu nesse casarão da rua Uruguai Nº 102 (hoje 871) na segunda-feira 17 de Junho de 1912.
O enterramento do Ramón Artagaveytia aconteceu no Cemitério Central da capital uruguaia na terça-feira 18 de Junho às 10 da manhã ficando para sempre no túmulo que ele tinha comprado para berço da família fazendo a estréia dele nessa data junina e montevideana.
Amigos leitores...o que vocês acham?.
Será que esse do Ramón Artagaveytia foi o primeiro velório nesse casarão de três andares que debruça na Avenida Uruguai?
Nem por acaso. Em uma época sem tevê nem esportes populares para treinar, o mais popular dos esportes era cuidar filhotes e na maioria dos casos muitos, em oportunidades acima de 10.
Isso fez com que em uma grandíssima maioria das residências sem vacinas inventadas pela medicina, nasceram e faleceram muitas crianças e adultos ainda novos. Atingir quase 72 anos como foi o caso do Ramón Artagaveytia fazia-o privilegiado nessa sociedade repleta de doenças contagiosas.
DESTINO CARIMBADO DO RAMÓN ARTAGAVEYTIA
O destino do Ramón Artagaveytia tinha beco sem saída marcado pelas ondas do Oceano Atlântico, primeiro nessa mistura com o Rio da Prata e logo, já no final mesmo da vida dele, perto de Nova Iorque.
Caso curioso mesmo esse do Ramón Artagaveytia.
Tendo completado 31 anos, com moradia já na Argentina e voltando para comemorar Natal com a família uruguaia em Montevidéu, Ramón foi um dos passageiros de aquele navio “América” propriedade de mais um destaque marítimo da época, o Bartolomé Bossi que zarpou desde o Porto de Buenos Aires o dia 23 de Dezembro às 18 h.
AV. URUGUAI 871 VELÓRIO DO RAMÓN ARTAGAVEYTIA |
Baita de comemoração a do Ramón e o resto dos passageiros. Bem perto da angra de Montevidéu, o navio “América” que assemelhava-se a um flotel de qualidade, pegou fogo.
O navio “América” tinha sido construído pela empresa Mac Ray & Aldus de Boston nos EUA, sob pedido da empresa uruguaia, Sociedade de Navegação do Rio da Prata.
O dia 11 de Outubro de 1868, o “América” ancorava na Ilha de Flores (extremamente perto do porto de Montevidéu) e antes de atingir a capital uruguaia pois tinha vindo do Brasil, que nesse instante sofria doenças contagiosas e os passageiros precisavam quarentenar antes de continuar viagem.
Como acabou acontecendo no TITANIC, ninguém vai conhecer a causas da tragédia do América. Essa ia ser a única certeza.
O PRAVDA agradece às Senhoras Matilde Artagaveytia e Adriana O´Brien (filha da Matilde) e o Jorge Artagaveytia Piñeiro, irmão da Matilde.
Quanto aos agradecimentos, para o Senhor Álvaro Corbacho – Depto. de História do Ministério das Relações Exteriores e o livro “Passageiros do Titanic” do Josu Hormaetxea.
Daqui a pouco mergulhe de novo no site pois vai ter os obituários dos senhores Francisco M. Carrau e José Pedro Carrau e a reportagem toda do Senhor Jorge Artagaveytia Piñeiro, seja vídeo e texto.
JORNAL PRAVDA
Gustavo Espiñeira
Correspondente PRAVDA.ru
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